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Congo: 50 pessoas assassinadas em protesto contra missão da ONU comandada por general brasileiro

Congo: 50 pessoas assassinadas em protesto contra missão da ONU comandada por general brasileiro

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Congo: 50 pessoas assassinadas em protesto contra missão da ONU comandada por general brasileiro

No dia 30 de agosto, um protesto contra a Organização das Nações Unidas (ONU) ocorreu em Goma, na República Democrática do Congo. A manifestação, que resultou em 48 pessoas assassinadas, foi direcionada contra uma base militar da ONU e declarada ilegal pelas autoridades locais. Além dos mortos, 75 pessoas ficaram feridas e outras 168 foram presas. Durante os protestos, um policial também foi morto ao ser cercado por uma multidão.

Os manifestantes, que se declaravam anti-imperialistas, exigiam o fim da "Missão de Paz" da ONU (Monusco) e a retirada da ONU e outras forças do Leste de África. Eles denunciaram a inação das forças de paz perante as inseguranças do país. Vale ressaltar que essa missão tem sido realizada de forma ininterrupta desde 1999 e conta com a participação de países como Estados Unidos, Bélgica, França, China e Brasil.

Um dos principais motivos de protesto é a exploração dos recursos minerais congolenses pelos países imperialistas. O Congo possui grandes reservas de minérios como cobalto, lítio, cobre, estanho, magnésio, tungstênio, diamante e ouro, que são essenciais para as indústrias aeronáuticas, farmacêuticas e eletrônicas em geral. No entanto, a extração desses minérios é marcada por condições de semiescravidão, alto risco de morte e uso de mão de obra infantil.

Países como Estados Unidos e China possuem grandes interesses na continuidade das "missões de paz" da ONU no Congo. Por exemplo, a China possui acordos comerciais desde 2008, investindo milhões de dólares em projetos de infraestrutura no país em troca de minerais. Já os Estados Unidos impuseram sanções a seis pessoas por "desestabilização da área" no Congo, sendo que três delas pertenciam a milícias das Forças Democráticas de Libertação da Ruanda e outra pertencia às forças de libertação nacional do Movimento 23 de Março, que atua em área rica em minérios.

Essa não é a primeira vez que situações semelhantes ocorrem. Em 2018, dois agentes da ONU estavam em uma missão de investigação em uma área onde morreram autoridades e acabaram prendendo centenas de pessoas. Anos depois, em 2022, 51 pessoas foram sentenciadas à pena de morte, sendo que 22 delas estiveram ausentes no julgamento em massa.

Em suma, o massacre ocorrido durante o protesto no Congo contra a missão da ONU comandada pelo general brasileiro Ricardo Augusto Costa Neves, traz à tona questões relacionadas à exploração dos recursos minerais e aos interesses econômicos dos países imperialistas. Além disso, evidencia a insegurança e a repressão enfrentadas pela população congolense, assim como as variadas implicações desses eventos no cenário financeiro e para investidores individuais no Brasil.

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