Confiança do comércio na economia cai pelo segundo mês consecutivo
31/10/2023Confiança do comércio na economia cai pelo segundo mês consecutivo
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) registrou uma queda de 3 pontos na passagem de setembro para outubro, marcando o segundo mês consecutivo de declínio. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice atingiu 89,2 pontos. Em médias móveis trimestrais, houve uma redução de 0,8 ponto.
No mês de outubro, a confiança diminuiu em cinco dos seis principais setores do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) teve uma queda de 2,0 pontos, chegando a 92,2 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) diminuiu 3,8 pontos, ficando em 86,7 pontos.
De acordo com a economista Geórgia Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), o setor do comércio ainda não parece ter sentido os efeitos da redução de juros e desaceleração da inflação nos últimos meses.
Impactos no mercado financeiro e para os investidores
A queda no Índice de Confiança do Comércio representa um desafio para o mercado financeiro e também para os investidores individuais no Brasil, uma vez que afeta diretamente a economia do país.
Uma das principais consequências é o impacto nas finanças familiares, uma vez que influencia as taxas de juros em financiamentos e empréstimos. Isso significa que as famílias podem enfrentar condições menos favoráveis para obter crédito, o que pode limitar o consumo e o crescimento econômico.
Além disso, as taxas de juros também influenciam os rendimentos de investimentos como poupança, títulos públicos e outras aplicações. Com a baixa confiança do comércio, é possível que haja maior volatilidade no mercado financeiro e que os retornos dos investimentos também sejam afetados.
Perspectivas para o futuro
Em entrevista ao Portal iG, o professor Renaldo Gonçalves, do Departamento de Ciências Atuariais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirmou que acredita na continuidade do corte da taxa Selic nas próximas reuniões de novembro e dezembro. Ele prevê que a taxa chegue a um patamar de 11,75% ao final de 2023.
Essa redução na taxa básica de juros tem o objetivo de estimular o crescimento econômico e impulsionar os investimentos. No entanto, é importante acompanhar de perto os impactos dessa medida no setor do comércio, considerando sua influência direta na confiança dos empresários e no desempenho das vendas.