Como funciona o Contrato de Vesting? Guia prático para fundadores
26/09/2023Como funciona o Contrato de Vesting? Guia prático para fundadores
Lidar com pessoas está frequentemente no topo da lista de desafios de um líder. A busca por profissionais capacitados é acirrada, e essa realidade se acentua no mundo das startups, onde o recrutamento e a retenção de talentos são pilares cruciais para o triunfo do negócio.
O que é o Vesting?
O Vesting é um instrumento jurídico através do qual uma empresa concede a uma pessoa o direito de adquirir quotas ou ações dessa empresa gradualmente e/ou ao cumprir certas condições pré-estabelecidas. Ele é frequentemente utilizado para atrair talentos de alto calibre, especialmente colaboradores-chave.
O Vesting possui a função de premiar aqueles que se comprometem com a empresa a longo prazo, estando presente desde os estágios iniciais do empreendimento e contribuindo ativamente para o seu crescimento. Além disso, ele também pode ser implementado entre os sócios do negócio, garantindo o comprometimento contínuo e estabelecendo penalidades para desistências precoces ou não cumprimento das obrigações.
Benefícios do Vesting
O Vesting permite que as startups transformem seus colaboradores em parceiros, estabelecendo um compromisso a longo prazo e motivando-os a se envolverem continuamente com o crescimento da empresa. Essa estratégia é especialmente valiosa na atração e retenção de talentos de excelência.
No cenário das startups, a rotatividade de colaboradores pode acarretar em despesas operacionais subestimadas e negligenciadas. O Vesting, ao incentivar a permanência dos colaboradores, contribui para reduzir esses custos e proporciona estabilidade e crescimento à empresa.
Como funciona o processo de Vesting?
Ao decidir implementar o Vesting em um contrato ou acordo de quotistas, é importante compreender alguns termos-chave. O primeiro deles é o "cliff", que representa um estágio inicial que o colaborador deve completar antes de ter direito a qualquer participação. Geralmente, o período de "cliff" tem duração de um ano, mas pode variar de acordo com as características da startup.
Após superar o "cliff", inicia-se o período aquisitivo. Nesse momento, o colaborador passa a adquirir efetivamente sua participação na empresa, de forma gradual ao longo de um prazo previamente determinado, que normalmente varia entre 3 a 5 anos.
No exemplo dado, o colaborador João tem um contrato de Vesting que garante a ele 5% de participação na empresa. O "cliff" é de 12 meses, ou seja, João precisa se dedicar à startup por pelo menos um ano para ter direito a qualquer quota. Após o "cliff", as quotas são distribuídas ao longo de 36 meses, resultando em cerca de 139 quotas por mês.
A concessão dessas quotas está vinculada ao desempenho e ao alcance de indicadores-chave de desempenho (KPIs). Caso João não cumpra os KPIs estabelecidos, ele pode ter sua participação reduzida ou até mesmo perdê-la completamente.
Ao final do período de Vesting, João terá adquirido todas as quotas e se tornará um sócio integral, detendo os 5% estabelecidos no contrato.
Implementação adequada do Vesting
É crucial que o programa de Vesting esteja alinhado aos propósitos estratégicos da empresa. Sua implementação deve ser feita de forma criteriosa e bem definida, pois a participação societária é um dos ativos mais valiosos de uma startup.
Cada contrato de Vesting pode possuir nuances específicas, como diferentes períodos de "cliff" e aquisição, além de condições variadas para o cumprimento dos KPIs. Esses detalhes devem ser cuidadosamente ajustados para garantir que os interesses dos colaboradores estejam alinhados com os da organização, motivando-os a persistir e alcançar marcos estabelecidos.
O Vesting se destaca como uma estratégia eficiente na atração e retenção de talentos, sendo uma prática comum entre as startups. Ao oferecer uma recompensa tangível pelo comprometimento e dedicação, o Vesting se torna uma ferramenta valiosa para o crescimento e sucesso do negócio.
Fonte: STARTUPI - Jornalismo para quem lidera a inovação.