Com CRI de R$ 793 milhões, Votorantim Cimentos reforça caixa para ciclo positivo

A Votorantim Cimentos, líder do mercado brasileiro, levantou R$ 793,2 milhões com a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Essa captação foi feita visando fortalecer o caixa da empresa antes do fim do ano e diante de um cenário mais favorável para a construção civil no próximo ano.

A CFO da Votorantim Cimentos, Bianca Nasser, destaca que a empresa identificou oportunidades para captação no mercado local e iniciou a operação em novembro. Apesar do timing pouco usual, a demanda inicial pelo papel foi de R$ 980 milhões, o que permitiu a oferta firme por R$ 793,2 milhões, 13% acima da estimativa inicial.

A emissão foi realizada em duas tranches, uma prefixada e outra atrelada ao IPCA, considerando também o ciclo de queda de juros. A transação foi liderada pelo UBS BB e coordenada pelos bancos BV, Bradesco BBI, Itaú BBA e Santander.

A Votorantim Cimentos levantou R$ 170,4 milhões na primeira tranche e reduziu em 100 bps o custo do título prefixado para 11,51% ao ano com vencimento em 10 anos. Já na segunda tranche, a empresa captou R$ 622,9 milhões, reduzindo o custo da dívida em 200 bps para IPCA + 6,3% ao ano, com vencimento em 12 anos. Ao final da emissão, houve um swap para o CDI, garantindo uma dívida de CDI + 0,73%.

O objetivo da captação é fortalecer o fluxo de caixa da empresa, seguindo uma estratégia de gerenciamento de passivos a um custo competitivo. A CFO ressalta que essa operação proporciona mais fôlego para a empresa aproveitar as oportunidades em um cenário mais favorável para a indústria de cimentos no próximo ano, especialmente com os programas de obras de infraestrutura no Brasil e Estados Unidos.

Além disso, a Votorantim Cimentos tem investido em uma estrutura de capital mais conservadora, priorizando o equilíbrio do balanço. A companhia possui uma relação entre dívida líquida e Ebitda de 1,5 vez, sendo um índice menor em comparação ao mesmo período do ano passado.

A emissão de CRI também reforça o interesse do mercado pela companhia, que tem uma classificação de investimento global e local pela Fitch, além de possuir registro categoria "A" na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde maio deste ano, o que demonstra maior governança ao mercado.

Apesar disso, a CFO ressalta que não há pressa para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO). A empresa vê essa captação como uma forma de deixar sua estrutura de capital ainda mais robusta e não há um senso de urgência a curto prazo.

No acumulado dos nove meses de 2023, a Votorantim Cimentos registrou crescimento na receita líquida, Ebitda ajustado e lucro líquido em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Nesta terça-feira, a VC registrou na CVM uma oferta de R$ 500 milhões em debêntures, cujos recursos serão utilizados para o resgate antecipado de debêntures emitidas pela companhia.