Com calor extremo, consumo de eletricidade sobe e energia solar avança no país

O mês de novembro de 2021 foi marcado por quebras de recordes de calor em todo o mundo, inclusive no Brasil. De acordo com cientistas do Observatório Europeu Copernicus, as altas temperaturas elevaram o consumo de energia elétrica em 15,5% em comparação com o ano anterior. Esse aumento se deve, principalmente, ao maior uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.

Com as altas temperaturas e eventos climáticos extremos, que deixaram milhares de pessoas sem luz na região Sudeste, muitos consumidores estão em busca de alternativas para evitar problemas futuros. Isso tem impulsionado os negócios em empresas como a 77Sol, que prevê um crescimento de 30% neste ano.

A 77Sol é uma plataforma que une os principais bancos financiadores de sistemas de energia solar, os fabricantes que fornecem toda a infraestrutura de placas e os instaladores que realizam a instalação dos produtos nas residências e estabelecimentos comerciais. A empresa já registrou um crescimento de 700% entre 2021 e 2022 e agora está consolidada no mercado.

Segundo Luca Milani, diretor-executivo e CEO da 77Sol, mesmo diante das dificuldades com os juros altos, o setor de energia solar continua firme diante das mudanças climáticas. Além disso, os preços dos equipamentos têm sido reduzidos em até 40% nos últimos anos.

A instalação de painéis solares em residências ou pequenos estabelecimentos pode gerar uma economia de pelo menos 90% nos gastos mensais com eletricidade. Uma casa que paga R$ 500 por mês de conta de luz pode economizar até R$ 425. Essa economia se deve ao fato de que o investimento nos equipamentos se paga em cerca de 58 meses e eles têm uma vida útil de 25 anos, gerando energia por mais 20 anos.

A 77Sol tem crescido principalmente em regiões onde a disponibilidade de energia não era tão grande, como o Nordeste e o Centro-Oeste. No entanto, com os problemas enfrentados atualmente, a empresa já visa o crescimento em locais do Sul e Sudeste do país. O volume de vendas triplicou e o custo dos equipamentos foi reduzido, o que está impulsionando o interesse dos consumidores.

A energia solar no Brasil alcançou a marca de 35 gigawatts (GW) de potência instalada, o que representa cerca de 15,9% da matriz elétrica do país, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Esse número coloca o Brasil entre os dez maiores geradores de energia solar no mundo.

Desde 2012, a fonte solar já atraiu mais de R$ 170 bilhões em investimentos para o Brasil, gerou mais de R$ 47,9 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e criou mais de 1 milhão de empregos. Além disso, a energia solar evitou a emissão de 42,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

A previsão é que sejam aplicados mais de R$ 50 bilhões no setor até o final de 2023, com um crescimento de 42,4% na capacidade energética solar brasileira em relação ao ano anterior. Esse crescimento é impulsionado pelas novas leis que dão mais liberdade ao consumidor, fortalecendo a sustentabilidade, aliviando o orçamento das famílias e ampliando a competitividade dos setores produtivos.

Os consumidores interessados na energia solar devem ficar atentos ao sistema escolhido. No sistema "on grid", a residência continua dependendo da concessionária de energia para não ficar sem eletricidade, pois não possui um sistema de armazenamento. Já no sistema "off grid", o usuário não depende mais da concessionária, pois possui baterias para armazenar a energia excedente. No entanto, esse sistema é mais caro.

A energia solar surge como uma excelente alternativa para reduzir os custos com eletricidade e contribuir para a sustentabilidade. Com a crescente adesão dos consumidores, o setor solar no Brasil continua se fortalecendo e trazendo benefícios econômicos e ambientais para o país.