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Coamo investe R$ 1,7 bi em usina de etanol de milho no Paraná

Coamo investe R$ 1,7 bi em usina de etanol de milho no Paraná

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Coamo investe R$ 1,7 bi em usina de etanol de milho no Paraná

A Coamo Agroindustrial Cooperativa, sediada em Campo Mourão (PR), está colocando em prática um antigo sonho: a construção de uma usina de produção de etanol a partir do milho. Com um investimento de R$ 1,7 bilhão, a cooperativa intensifica a sua verticalização, agregando mais um produto de valor à sua lista.

Investimentos e capacidade de processamento

Em uma Assembleia-Geral Extraordinária realizada na quarta-feira (13), foram aprovados investimentos de R$ 3,5 bilhões para o período de 2024 a 2026. Deste valor, R$ 1,67 bilhão será destinado à construção da usina de etanol de milho em Campo Mourão. A unidade terá capacidade de processamento de 1.700 toneladas de milho por dia, o que permitirá que a cooperativa industrialize 20% do milho recebido dos produtores, aumentando significativamente o atual percentual de 2%.

Verticalização e valorização do produto

Segundo Airton Galinari, presidente-executivo da Coamo, a indústria de etanol será uma "cereja do bolo", proporcionando uma maior verticalização do milho. Atualmente, a cooperativa industrializa de 40% a 45% da soja recebida e de 30% a 35% do trigo, o que possibilita agregar mais valor aos produtos e remunerar melhor os cooperados. No entanto, Galinari ressalta que a industrialização tem limites, pois é necessário equilibrar entre a produção industrializada e a venda de grãos.

Impactos no setor financeiro e para investidores individuais

O investimento da Coamo na produção de etanol de milho ocorre em um momento de expansão desse setor, principalmente no Centro-Oeste do Brasil. Essa expansão tem gerado impactos no mercado e nos preços dos produtos agropecuários. Segundo análise do Banco Itaú BBA, apenas 3 de 17 produtos analisados tiveram evolução média de preços em 2023, em comparação com o ano anterior. O milho, por exemplo, teve um aumento de 35% no volume exportado, mas registrou uma queda média de 13% nos preços.

Cenário de safra favorável

Apesar dos desafios no mercado, a Coamo teve um ano de safra favorável em 2023, o que permitiu elevar o volume de vendas. No entanto, o aumento das vendas não foi totalmente refletido no faturamento devido à queda nos preços dos grãos. Mesmo assim, a cooperativa já antecipou a devolução de R$ 230 milhões em sobras para os cooperados e planeja complementar essa devolução em fevereiro.

Sustentabilidade e autossuficiência energética

Além da produção de etanol de milho, a Coamo implantará uma caldeira e um gerador com capacidade de fornecer 30 MW de energia. A energia excedente será utilizada pelas indústrias de fiação de algodão, processamento de soja, fábrica de margarina, torrefação de café, produção de ração e moinho de trigo. A caldeira será alimentada por eucaliptos provenientes de reflorestamento, garantindo uma fonte de energia totalmente renovável.

Conclusão

O investimento da Coamo na construção de uma usina de etanol de milho traz impactos significativos para o mercado financeiro e para os investidores individuais no Brasil. A verticalização da cooperativa agrega mais valor ao produto, proporcionando melhores remunerações para os cooperados. No entanto, é importante equilibrar a industrialização com a venda de grãos. Além disso, as oscilações nos preços dos produtos agropecuários e as especificidades do mercado internacional também devem ser consideradas. O avanço da Coamo em direção à sustentabilidade energética é outro aspecto relevante, contribuindo para a geração de energia renovável e a redução da dependência de fontes externas.

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