Chinesa Evergrande reduz prejuízo líquido, e ações vão voltar ao pregão

A incorporadora imobiliária chinesa Evergrande apresentou uma redução significativa em seus prejuízos no primeiro semestre de 2023. Essa melhoria se deve principalmente à ausência de perdas por deterioração de investimentos. A empresa registrou um prejuízo líquido de 33,01 bilhões de yuans (cerca de US$ 4,53 bilhões) nos seis meses encerrados em junho, em comparação com 66,35 bilhões de yuans (cerca de US$ 9,1 bilhões) no mesmo período do ano passado.

A receita da Evergrande aumentou para 128,18 bilhões de yuans (cerca de US$ 17,6 bilhões), em comparação com 89,28 bilhões de yuans (cerca de US$ 12,2 bilhões) no mesmo período do ano anterior. Esse crescimento se deve principalmente ao negócio de desenvolvimento imobiliário.

É importante ressaltar que as perdas por depreciação de ativos financeiros foram significativamente menores em comparação com o primeiro semestre de 2022, totalizando apenas 643 milhões de yuans (cerca de US$ 88,2 milhões), em comparação com 8,19 bilhões de yuans (cerca de US$ 1,1 bilhão) no ano passado. Além disso, as perdas por depreciação de investimentos foram nulas no primeiro semestre de 2023, em comparação com 18,03 bilhões de yuans (cerca de US$ 2,5 bilhões) no ano anterior.

Como já destacado anteriormente, a China implementou medidas para conter a alavancagem no setor imobiliário em 2021, o que afetou negativamente várias incorporadoras, incluindo a Evergrande. A empresa enfrentou quedas nas vendas de residências e dificuldades para acessar o mercado de dívida. Esses problemas acabaram resultando em atrasos nos pagamentos a construtores e fornecedores.

A dívida total da Evergrande atingiu 2,39 trilhões de yuans (cerca de US$ 328 bilhões) no final de junho. A empresa anunciou que acelerará a reestruturação de suas dívidas no exterior e trabalhará para proteger os interesses dos diversos credores.

Recentemente, a empresa solicitou aprovação nos Estados Unidos para reestruturar mais de US$ 19 bilhões de suas dívidas no exterior. Esse pedido faz parte dos esforços da Evergrande para concluir uma das maiores e mais complexas reestruturações de dívida do mundo.

Em relação à negociação das ações da empresa, que foram suspensas desde março de 2022, a Evergrande anunciou que elas voltarão a ser negociadas na Bolsa de Valores de Hong Kong a partir de 28 de agosto.

Esses acontecimentos têm impacto significativo no mercado financeiro e para investidores no Brasil. A evolução dos resultados da Evergrande pode influenciar a percepção dos investidores em relação ao setor imobiliário chinês e, consequentemente, nos investimentos em ações de empresas desse segmento. Além disso, o desfecho da reestruturação da dívida da Evergrande terá impacto nos mercados globais, levando em consideração a magnitude do seu endividamento. Portanto, é importante que os investidores estejam atentos aos desdobramentos dessa situação e avaliem seus posicionamentos de acordo com o cenário atual.