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China não pode controlar preço do minério de ferro, diz CEO da Vale (VALE3)

China não pode controlar preço do minério de ferro, diz CEO da Vale (VALE3)

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China não pode controlar preço do minério de ferro, diz CEO da Vale (VALE3)

O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou que mesmo sendo o maior importador mundial de minério de ferro, a China não tem o poder de ditar os preços do insumo siderúrgico. Essa posição é relevante considerando a intensificação dos esforços do governo chinês para aumentar o controle sobre o mercado de minério de ferro da Vale e de suas duas rivais australianas, a BHP e a Rio Tinto.

A China criou um grupo centralizador das compras de minério de ferro no ano passado, com o objetivo de coordenar as negociações da indústria siderúrgica do país. Nos últimos meses, esse grupo criticou os preços da commodity, que considera muito elevados, e defendeu um sistema de cotações aperfeiçoado. As ações do governo chinês para esfriar o mercado também foram intensificadas pelo principal órgão de planejamento econômico do país.

No entanto, Bartolomeo está confiante de que os preços continuarão sendo definidos pela oferta e demanda. Ele acredita que a regra da economia irá guiar o preço, e que o governo chinês não pode impor algo. Para as mineradoras, essa é uma boa notícia, pois o CEO prevê um mercado cada vez mais apertado no futuro.

O minério de ferro desafiou as previsões de queda e teve um aumento de cerca de 16% nas últimas seis semanas, impulsionado pelos esforços do governo chinês para apoiar o setor imobiliário intensivo em aço, que enfrenta uma crise. Atualmente, o metal é negociado em torno de US$ 129 a tonelada e se mantém acima do patamar-chave de US$ 100 a tonelada neste ano.

É importante destacar que a China produz mais da metade do aço mundial e criou a China Mineral Resources Group, uma estatal que busca aumentar sua influência sobre os preços do minério de ferro. O governo chinês há muito tempo reclama do poder concentrado nas mãos das mineradoras, já que a oferta está concentrada entre os três principais produtores.

Para a Vale, o minério de ferro é mais importante do que nunca. Após vender diversos ativos em outros setores, a empresa agora está focada apenas no minério de ferro, que é sua maior e mais lucrativa divisão. Bartolomeo assumiu o comando da Vale em 2019, após o rompimento da barragem em Brumadinho, que resultou na morte de 270 pessoas. Seu mandato termina em maio, e o processo sucessório já está em andamento. O CEO expressou seu desejo de continuar no cargo e destacou que deseja ver os resultados da reestruturação iniciada em 2019.

A Vale anunciou recentemente a venda de uma parte de sua empresa de metais básicos a investidores, incluindo a Arábia Saudita. A mineradora busca opções para extrair mais valor para essa divisão e estuda a possibilidade de capitalizar a Vale Base Metals nos próximos anos. A empresa precisará de até US$ 30 bilhões na próxima década para expandir esse negócio.

Tanto Bartolomeo quanto o CEO da Rio Tinto, Jakob Stausholm, projetam um pico na produção de minério de ferro na China em breve, mas esperam crescimento contínuo em outros mercados, especialmente na Índia e em outras partes da Ásia. Além disso, a expectativa é de que novas fontes de produção sejam limitadas até que uma nova mina na Guiné seja iniciada no final desta década.

Em resumo, a posição do CEO da Vale é de que a China não pode controlar o preço do minério de ferro, que continuará sendo definido pela oferta e demanda. Ele também prevê um mercado cada vez mais apertado no futuro. A Vale, por sua vez, está focalizada no minério de ferro e busca expandir seu negócio de metais básicos. A empresa está confiante no valor do minério de ferro e busca diversificar seus clientes, diminuindo a dependência da China.

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