Brookfield capta R$ 137 bilhões para maior fundo de infraestrutura de todos os tempos

O grupo canadense Brookfield Infrastructure Partners obteve um impressionante valor de US$ 28 bilhões (R$ 136,7 bilhões) para o maior fundo de infraestrutura já registrado. Essa conquista reflete o crescente interesse de investidores institucionais em estratégias que se beneficiam de taxas de juros mais altas e da busca por investimentos menos globalizados.

Esse fundo é o maior já dedicado a investir em ativos de infraestrutura, como aeroportos, rodovias com pedágio, oleodutos e plantas de exportação de gás natural. Além disso, também é o maior fundo já levantado pela Brookfield, uma empresa que gerencia um total de US$ 850 bilhões em diversos setores, como imóveis, crédito e seguros, energia renovável e aquisições corporativas.

Essa captação recorde ocorre em um momento em que outros grandes gestores de ativos, como Blackstone e KKR, estão levantando novos fundos substanciais ou estabelecendo metas ambiciosas para novos fundos. A Global Infrastructure Partners (GIP), por exemplo, tem como objetivo arrecadar US$ 25 bilhões para seu último fundo de infraestrutura, enquanto a Blackstone pretende gerenciar mais de US$ 100 bilhões em infraestrutura.

No cenário atual, em que investidores institucionais buscam refúgios contra as tendências de aumento de preços, a infraestrutura tem se mostrado uma opção interessante. Os ativos desse setor frequentemente geram receitas indexadas à inflação, o que os torna atrativos mesmo em períodos de juros mais altos.

Por outro lado, as taxas de juros mais altas têm apresentado desafios para aquisições corporativas tradicionais. Empresas de private equity reduziram recentemente suas metas de captação de recursos para esses negócios, devido ao enfraquecimento do entusiasmo dos investidores.

Para Sam Pollock, diretor executivo do braço de investimentos em infraestrutura da Brookfield, o mundo "desglobalizado" em que vivemos tem ampliado dramaticamente o número de potenciais investimentos nesse setor. Com a relocalização de setores críticos, como energia e semicondutores, para os Estados Unidos, há uma demanda crescente por investimentos em infraestrutura para reforçar as cadeias de suprimentos e a infraestrutura energética.

Pollock destaca que será necessário investir US$ 1 trilhão para reestruturar toda a infraestrutura digital ao redor do mundo, o que envolve a construção de novos centros de dados e redes de comunicação de fibra e torres.

A captação de recursos da Brookfield contou com a participação de aproximadamente 200 grandes investidores institucionais, como fundos de pensão e fundos soberanos, que contribuíram com US$ 21 bilhões para o fundo. Além disso, a empresa investirá US$ 7 bilhões através de recursos disponíveis e emissão de novas ações, e levantou mais US$ 2 bilhões de veículos separados que investirão junto com o fundo, totalizando um montante de capital arrecadado de US$ 30 bilhões.

Essa notícia impacta diretamente o mercado financeiro e os investidores individuais no Brasil. A captação de recursos recorde pela Brookfield mostra o otimismo do mercado em relação aos investimentos em infraestrutura, principalmente em um mundo em que a tendência é de "desglobalização". Com a demanda por investimentos nesse setor em crescimento, é possível que apareçam diversas oportunidades de investimento para aqueles interessados em diversificar suas carteiras e se beneficiar desse movimento.

É importante ressaltar que a infraestrutura apresenta características vantajosas, como receitas indexadas à inflação, o que pode ser um atrativo em períodos de aumento das taxas de juros. Além disso, a reestruturação da infraestrutura digital ao redor do mundo também oferece oportunidades de investimento, principalmente nas áreas de centros de dados e redes de comunicação.

Portanto, essa captação recorde pela Brookfield indica um cenário promissor para o mercado de infraestrutura, trazendo possibilidades interessantes tanto para investidores institucionais quanto para indivíduos que desejam investir nesse setor. Vale a pena acompanhar de perto as oportunidades que surgirão a partir desse influxo de capital.