BRF (BRFS3): JPMorgan rebaixa ação para neutra à espera de um melhor ponto de entrada

O banco JPMorgan rebaixou a recomendação para as ações da BRF (BRFS3) de compra para neutro. Essa mudança ocorre após o papel da empresa ter subido 78% no acumulado do ano, levando as avaliações a se aproximarem do preço-alvo estabelecido anteriormente.

De acordo com o banco, a recuperação da BRF está ocorrendo em um ritmo sólido. A oferta subsequente realizada este ano ajudou a melhorar a estrutura de capital da empresa, resultando em custos de dívida mais baixos. Além disso, o programa de eficiência "BRF Mais" está colocando os indicadores-chave de desempenho da empresa de volta nos trilhos.

As dinâmicas de mercado também são em grande parte favoráveis para a BRF. Os custos de ração estão em mínimos de vários anos, o que permite à empresa recompor seus estoques no ponto mais baixo do mercado. Além disso, o fornecimento de frango in natura está atingindo o pico, indicando que a produção será menor no Brasil e nos EUA em 2024.

Apesar da maior concorrência, os preços de alimentos processados estão se mantendo bem, o que leva as margens da BRF no Brasil a um nível saudável de dois dígitos altos. Diante desses fatores, os analistas do JPMorgan acreditam que as avaliações da BRF já refletem grande parte desse sentimento positivo.

De acordo com os cálculos do banco, a ação da BRF está sendo negociada com um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de apenas 7,1% em 2024, enquanto os pares do setor estão na faixa de 13-15%. Além disso, o Valor da Firma (EV)/Ebitda da BRF é de apenas 6 vezes, comparado a 4,8 vezes dos pares locais e uma média de cinco anos de 6,6 vezes.

Com base nesses fatores, o JPMorgan recomenda que os investidores aguardem por um ponto de entrada com uma avaliação mais favorável ou uma maior visibilidade sobre as margens do negócio internacional de frango, onde os analistas acreditam que pode haver algum potencial de aumento em relação às estimativas.

Os analistas veem o ano de 2024 como um ano de transição para a BRF, em vez de um ano apertado/otimista em termos de equilíbrio entre oferta e demanda. O preço-alvo para dezembro de 2024 de R$ 15,5 por ação permanece inalterado.

Essas informações são relevantes para investidores individuais no Brasil, uma vez que o rebaixamento da recomendação da ação da BRF pelo JPMorgan pode impactar as decisões de compra e venda desses investidores. É importante analisar o contexto apresentado pelo banco, que enfatiza a recuperação sólida da BRF e as perspectivas positivas para a empresa. No entanto, os analistas do JPMorgan destacam que as avaliações da BRF já refletem grande parte do sentimento positivo e recomendam aguardar por um ponto de entrada mais favorável.