📰 Últimas notícias
Bolsa de créditos de carbono no Brasil já nasce sob desconfiança do mercado

Bolsa de créditos de carbono no Brasil já nasce sob desconfiança do mercado

Publicidade

Bolsa de créditos de carbono no Brasil já nasce sob desconfiança do mercado

Uma plataforma automatizada de créditos de carbono, chamada B4, está prestes a ser lançada no Brasil e já acumula uma série de críticas do mercado. A B4 se autodenomina uma "bolsa" e promete hospedar títulos de crédito de carbono em tokens, permitindo o acompanhamento de todas as transações envolvendo esse ativo. Segundo a empresa, esse processo evitará a duplicidade da venda de um mesmo crédito e realizará uma análise dos registros antes de aprová-los na plataforma.

No entanto, é justamente essa análise dos registros que tem causado preocupação no mercado. Atualmente, apenas algumas certificadoras têm o papel de validar créditos de carbono no país. Empresas atuantes nesse mercado afirmam que o processo de validação dessas certificadoras já é confiável e questionam a iniciativa da B4 de querer analisar os registros dos títulos. A Aliança Brasil NBS, que representa mais de 70% dos créditos emitidos no país desde o ano passado, afirma que os fundadores da B4 não possuem histórico ou entendimento do mercado de crédito de carbono.

A B4 foi fundada por Odair Rodrigues, que alega ter trabalhado em consultorias desde os 18 anos. Ele afirma ter participado de dois projetos voltados para créditos de carbono em sua incubadora, a Starten. Além disso, a empresa tem Mozart Fernandes como sócio, especialista em design e marketing. No entanto, ambos não possuem experiência ou ligação com empresas do setor ambiental, o que tem gerado desconfiança.

A B4 pretende funcionar como uma exchange tradicional, permitindo que qualquer pessoa possa comprar e vender créditos de carbono. Até o momento, a empresa já recebeu 300 pedidos de empresas interessadas em listar seus créditos na plataforma, e 30 também demonstraram interesse em comprar. A empresa ainda não possui registro para atuar no mercado de capitais, segundo a CVM.

A criação de um mercado secundário de carbono a partir da plataforma também tem sido apontada como um problema. Isso poderia possibilitar a compra de créditos por investidores interessados na sua valorização, não apenas por empresas que desejam compensar a emissão de carbono. Essa prática poderia gerar fraudes e trouxe preocupações, principalmente em relação à falta de interligação das informações entre a plataforma da B4 e as certificadoras existentes.

Apesar das críticas e desconfianças do mercado, a B4 tem atraído atenção. Especialistas acreditam que a empresa pode ter interesse no mercado regulado que será criado no Brasil no futuro. O governo deverá escolher uma ou duas plataformas para a venda de créditos de carbono, o que poderia beneficiar a B4, caso ela se estabeleça como uma opção confiável.

Em suma, a bolsa de créditos de carbono B4 no Brasil está sendo alvo de críticas e desconfianças por parte do mercado. As preocupações estão relacionadas à análise dos registros dos títulos pela plataforma, possíveis fraudes com a criação de um mercado secundário de carbono e a falta de experiência dos fundadores da B4 no setor. No entanto, a empresa já recebeu uma demanda significativa de empresas interessadas e pode ter uma posição vantajosa quando o mercado regulado for estabelecido no país.

Publicidade
Publicidade
🡡