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Bitcoin faz dois anos em El Salvador com perdas e baixa adoção — mas surpresa com títulos

Bitcoin faz dois anos em El Salvador com perdas e baixa adoção — mas surpresa com títulos

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Bitcoin faz dois anos em El Salvador com perdas e baixa adoção — mas surpresa com títulos

Há dois anos, El Salvador se tornou o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal. A medida foi divulgada pelo presidente Nayib Bukele como forma de gerar inclusão financeira e atrair investimentos. No entanto, a realidade atual do país não corresponde às expectativas iniciais.

  • A população salvadorenha ainda não adotou a criptomoeda devido à sua volatilidade e à dificuldade de uso. Apenas 1,3% das pessoas que enviam dinheiro para fora do país o fazem por meio de criptomoedas, enquanto no México esse número é de 4%.

  • A usabilidade do Bitcoin é um dos principais obstáculos para sua adoção em El Salvador. Ainda é complexo configurar uma carteira cripto, lidar com a segurança das plataformas de negociação e realizar transações. Em contraste, o Pix no Brasil é uma opção simples e fácil para transferências.

  • O aplicativo Chivo, criado pelo governo de El Salvador para facilitar o acesso aos bitcoins, foi alvo de ataques virtuais, o que gerou medo na população. Um ano após seu lançamento, 60% dos usuários iniciais desistiram da carteira digital.

  • Além disso, a volatilidade do Bitcoin tem assustado os salvadorenhos. Desde setembro de 2021, a criptomoeda desvalorizou 42%. Isso fez com que a população ainda prefira transacionar em dólar, que também é moeda legal do país.

Apesar dessas dificuldades, especialistas consideram que a introdução do Bitcoin em El Salvador tem aspectos positivos, especialmente devido à instabilidade financeira do país. A adoção do BTC oferece uma segunda opção para a população, em contraste com a situação da Argentina, por exemplo, onde existem várias versões oficiais e não oficiais de câmbio.

Apesar das críticas do Fundo Monetário Internacional (FMI), El Salvador surpreendeu ao entregar títulos soberanos com retornos de 70%, os melhores entre os bonds em dólar dos mercados emergentes neste ano. Parte dessa alta se deve à postura do presidente Bukele contra as gangues e a seu comprometimento em pagar as dívidas do país. Grandes instituições financeiras, como JPMorgan e Eaton Vance, recomendaram a compra desses títulos.

No entanto, especialistas alertam que o risco no país ainda é alto devido às preocupações com direitos humanos e à obsessão de Bukele pelo Bitcoin. A sustentabilidade fiscal do governo também é uma preocupação, e o fato de o país ter investido suas reservas em Bitcoin resultou em prejuízos devido à queda na cotação da criptomoeda.

Apesar dos desafios e das críticas, o governo de El Salvador pretende continuar atraindo investimentos por meio do Bitcoin. Está prevista a emissão de títulos soberanos denominados em Bitcoin antes de abril de 2024, quando ocorrerá o halving da moeda digital.

Apesar do cenário atual de baixa adoção do Bitcoin pela população e das perdas enfrentadas pelo governo com a criptomoeda, El Salvador continua sendo um país a ser observado no contexto das criptomoedas e de sua adoção pelo setor financeiro.

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