Barril de petróleo se recupera, mas analistas veem tendência altista limitada

O preço do barril de petróleo do tipo Brent, referência para a Petrobras (PETR4), apresentou uma alta de quase 3% nesta sexta-feira (8), operando próximo a US$ 76,30 por volta das 12h45. Apesar dessa recuperação, a commodity ainda está distante das máximas alcançadas durante o ano, quando chegou a ultrapassar a marca de US$ 95.

De acordo com analistas do setor, o principal fator que influenciou a queda recente no preço do petróleo foi a fragilidade das grandes economias mundiais. Os sinais de desaceleração econômica nos Estados Unidos e a falta de crescimento na China contribuíram para a diminuição da demanda pela commodity.

Além disso, a Europa está prestes a entrar em uma recessão, o que também afeta a atividade econômica e o consumo de petróleo. Esses cenários desfavoráveis indicam que o preço do petróleo deve se manter próximo aos níveis atuais, a menos que ocorra algum choque de oferta significativo.

Durante o ano, as máximas atingidas pelo preço do petróleo foram impulsionadas pelo temor de choques de oferta. Em outubro, quando a commodity alcançou seu maior valor em 2023, a guerra na Faixa de Gaza gerou preocupações sobre um possível conflito se espalhando pelo Oriente Médio, região líder na produção de petróleo.

Para os analistas, o quadro de demanda para o petróleo em 2024 permanece o mesmo, com os bancos centrais mantendo as taxas de juros elevadas. Portanto, uma rápida recuperação do preço só seria possível caso ocorra um novo choque de oferta.

Apesar dos eventos em torno do petróleo, como as ameaças da Venezuela à Guiana e os conflitos na Ucrânia e em Gaza, os fatores de risco altistas não estão influenciando significativamente no preço da commodity.

No momento, o nível de US$ 70 tem sido um ponto de equilíbrio entre oferta e demanda, além de ser uma resistência para o preço do petróleo. O grupo Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) está se posicionando para manter o preço acima desse patamar, uma vez que a receita dos países membros cairia consideravelmente caso o valor do barril caísse abaixo de US$ 70.

Nos últimos dias, houve discussões entre os países produtores de petróleo, com a Arábia Saudita pressionando por mais cortes, mas enfrentando resistências. Os governantes também consideram que um corte na produção afetaria suas receitas, uma vez que venderiam menos barris.

Diante desse cenário, os analistas acreditam que a tendência altista do preço do petróleo é limitada, apesar da recuperação recente. A fragilidade econômica mundial e a falta de eventos significativos no mercado indicam que o preço deve se manter próximo aos patamares atuais, com poucas perspectivas de uma valorização expressiva.