Bancos chineses cortam classe executiva em voos e hotéis caros para reduzir gastos

Os bancos chineses adotaram medidas para reduzir gastos desnecessários, como voar em classe executiva e hospedar-se em hotéis caros. Essas medidas visam controlar os gastos em um momento em que as instituições financeiras estão sob pressão para adotar operações mais enxutas, devido à iniciativa de "prosperidade comum" do presidente.

Bancos como o Industrial Bank recomendaram que seus funcionários evitem voar em classe executiva, tanto em voos locais quanto internacionais. Além disso, as verbas para alojamento nas grandes cidades do país foram reduzidas em pelo menos 10% ao dia.

Outros bancos, como o Minsheng Banking e o China Citic Bank, também endureceram as regras de gastos com viagens. Essas medidas são parte dos esforços das instituições financeiras para reduzir custos diante da pressão sobre as margens e dos sinais das autoridades chinesas para cortar despesas.

A pressão chinesa para que as instituições financeiras apoiem empresas imobiliárias em dificuldades e veículos de financiamento de governos locais tem aumentado os problemas enfrentados pelo setor financeiro chinês, que tem um valor de mercado de US$ 57 trilhões. As margens de juros líquidas dos bancos atingiram uma mínima histórica de 1,73% em setembro, abaixo da marca considerada necessária para manter uma rentabilidade razoável.

Para tentar amenizar essa situação, as autoridades chinesas orientaram os bancos a cortar as taxas de depósito e a reduzir o nível de reservas obrigatórias. No entanto, a agência de classificação de risco Fitch Ratings considera que essas mudanças não serão suficientes para compensar o corte nas taxas de empréstimo e evitar uma queda nas margens. A Bloomberg Intelligence ainda espera que a compressão das margens se aprofunde e afete os lucros das instituições financeiras em 2024.

Em resumo, os bancos chineses estão adotando medidas de controle de gastos, como evitar voos em classe executiva e hospedagens em hotéis caros. Essas ações são uma resposta à pressão por operações mais enxutas e à necessidade de cortar despesas. A situação do setor financeiro chinês tem sido desafiadora, com margens de juros líquidas em baixa e pressão para apoiar empresas em dificuldades. As medidas adotadas pelos bancos buscam enfrentar esses desafios, mas ainda existem incertezas em relação à rentabilidade das instituições financeiras nos próximos anos.