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As primeiras visões de como a mega desvalorização do peso argentino pode afetar as empresas listadas na B3

As primeiras visões de como a mega desvalorização do peso argentino pode afetar as empresas listadas na B3

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As primeiras visões de como a mega desvalorização do peso argentino pode afetar as empresas listadas na B3

Na noite da última terça-feira (12), o novo governo argentino, liderado por Javier Milei, apresentou o seu "plano de choque" econômico, visando o corte dos gastos públicos e uma forte desvalorização cambial. O anúncio, feito pelo novo ministro da Economia Luis Caputo, trouxe a notícia de que o peso argentino passaria de 365 pesos por dólar para 800 pesos.

Essa medida tem como objetivo neutralizar a pior crise econômica que a Argentina enfrenta em décadas. Além da desvalorização cambial, o governo também planeja reduzir os subsídios à energia e aos transportes, suspender as licitações de obras públicas e duplicar os gastos sociais para os mais pobres.

Essas mudanças no governo argentino têm causado impacto no mercado financeiro e despertado a atenção dos analistas. Os primeiros estudos indicam que algumas empresas listadas na Bolsa brasileira, como Banco do Brasil, Natura, Mercado Livre, Ambev e Raízen, podem ser afetadas negativamente.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil tem exposição à Argentina por meio de sua subsidiária internacional, o Banco Patagonia, no qual detém cerca de 80% de participação. A desvalorização cambial na Argentina pode impactar o banco estatal, principalmente pelo reconhecimento dos resultados do Banco Patagonia no câmbio oficial. A redução dos subsídios à energia e aos transportes também pode afetar o lucro líquido do Banco do Brasil.

Natura e Mercado Livre

A Natura, que possui cerca de 10% das suas vendas na Argentina, não deve ser impactada de forma significativa pela desvalorização cambial, segundo o JPMorgan. A empresa possui uma estrutura de despesas no país que é atendida pelo mercado local de geração de fluxo de caixa. Já o Mercado Livre, listado na NASDAQ e com BDRs negociados na B3, pode ter um impacto maior na relação entre vendas e lucro antes de juros e impostos (Ebit), mas um impacto mais limitado nos lucros.

Ambev

A desvalorização do peso argentino pode ter um impacto potencial de cerca de 4% no lucro por ação da Ambev, de acordo com o JPMorgan. Cerca de 13% a 17% do Ebitda da Ambev é proveniente da Argentina. Além disso, a empresa paga impostos mais elevados na Argentina do que no Brasil e o hedge é caro no país, o que pode pesar nas receitas financeiras e nas linhas fiscais da empresa.

Setor de Alimentos e Bebidas

Outras empresas do setor de alimentos e bebidas também estão no radar dos investidores após o anúncio do novo governo argentino. A desvalorização do peso argentino pode impactar negativamente as empresas que vendem para o mercado interno, uma vez que reduz o ganho obtido com a conversão dos resultados do peso argentino para uma moeda mais forte.

No entanto, empresas como o Minerva podem se beneficiar do peso argentino mais fraco, já que isso pode tornar o mercado de exportação de grãos e carne bovina mais competitivo e rentável.

Em resumo, a mega desvalorização do peso argentino pode causar impactos significativos nas empresas listadas na Bolsa brasileira. É importante acompanhar de perto as notícias e análises sobre o assunto, pois as mudanças na economia argentina podem ter repercussões no mercado financeiro e nos investimentos individuais no Brasil. Os investidores devem ficar atentos aos possíveis impactos nas receitas e nos lucros das empresas, bem como nos riscos cambiais e fiscais.

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