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Americano vive há mais de um mês com o rim de um porco

Americano vive há mais de um mês com o rim de um porco

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O rim de um porco geneticamente modificado mostrou-se funcional em um paciente com morte cerebral, mesmo após 32 dias do transplante, de acordo com um centro médico nos Estados Unidos. Essa realização faz parte de um amplo experimento que visa implantar órgãos entre diferentes espécies, a fim de diminuir a fila de espera por transplantes. Atualmente, mais de 103 mil pessoas aguardam por um órgão nos Estados Unidos, sendo que 88 mil necessitam de um rim.

O médico responsável pela pesquisa, Robert Montgomery, diretor do Instituto de Transplante Langone da Universidade de Nova York (NYU), explicou que o rim de um porco, com apenas uma modificação genética, conseguiu substituir a função de um rim humano por mais de um mês, sem ser rejeitado. Em transplantes anteriores, os rins de porcos apresentavam até 10 modificações genéticas, mas neste último procedimento, apenas uma modificação foi realizada em um gene relacionado à chamada "rejeição hiperaguda".

Ao eliminar o gene responsável pela biomolécula alfa-gal, que é o principal alvo dos anticorpos humanos, a equipe do Instituto de Transplante Langone conseguiu evitar a rejeição imediata. Além disso, os pesquisadores inseriram a glândula timo do porco, responsável por educar o sistema imunológico, na camada externa do rim para prevenir uma possível rejeição posterior.

O procedimento foi realizado em um paciente de 57 anos, que teve ambos os rins removidos e um rim de porco geneticamente modificado implantado. Logo após o transplante, o rim começou a produzir urina e os testes revelaram níveis adequados de creatinina, um produto residual, indicando sucesso no transplante e ausência de sinais de rejeição.

É importante destacar que não foram detectadas evidências de citomegalovírus suíno, que pode desencadear falência de órgãos. A equipe médica planeja continuar monitorando o paciente por mais um mês.

Essa pesquisa foi possível graças ao consentimento do paciente, que doou seu corpo para a ciência. Em janeiro de 2022, cirurgiões da Escola de Medicina da Universidade de Maryland já haviam realizado o primeiro transplante de um rim de porco para um ser humano. No entanto, o paciente faleceu dois meses depois devido à presença de citomegalovírus suíno no órgão transplantado.

Essa notícia traz esperança para as milhares de pessoas que aguardam por um transplante, principalmente aqueles que necessitam de um rim. A possibilidade de utilizar órgãos de porcos geneticamente modificados pode reduzir significativamente a fila de espera e salvar vidas.

No entanto, vale ressaltar que ainda há desafios a serem superados, como a prevenção de possíveis infecções e a necessidade de fármacos imunossupressores. Além disso, é fundamental que os órgãos sejam cuidadosamente selecionados, evitando complicações para o receptor.

Apesar disso, é inegável o avanço científico e médico alcançado com esse experimento. A possibilidade de transplantes interspecies pode revolucionar a área da medicina e salvar um grande número de vidas. Acompanhar os desdobramentos e avanços nessa pesquisa será fundamental para entender o impacto no mercado financeiro e principalmente para os investidores interessados nessa área da saúde.

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