Alexandre Silveira sinaliza que o Brasil deve entrar na Opep+ em 2024
30/11/2023Alexandre Silveira sinaliza que o Brasil deve entrar na Opep+ em 2024
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sugeriu que o Brasil planeja integrar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) a partir de janeiro de 2024. A expectativa é de que a definição da adesão do Brasil ocorra em um evento presencial em Viena, junto aos demais ministros.
Silveira ressaltou a importância da adesão para o Brasil, considerando que o país presidirá o G20 e o trilho de energia, além de sediar a COP30 em 2025. No entanto, ele argumentou que a participação na organização não afetará a produção nem os preços dos combustíveis no país. Segundo o ministro, "os preços no Brasil vão continuar descolados do mercado internacional".
A entrada do Brasil na Opep+ ainda está em análise por uma equipe técnica do país, que analisará a carta que estabelece o compromisso de cooperação da organização, recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de aderir à Opep+ não deve impactar a produção e os preços de petróleo no Brasil.
De acordo com dados preliminares divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Brasil retomou o crescimento da produção de petróleo e gás natural em setembro. O pré-sal foi o destaque, atingindo sua terceira maior participação do ano na produção total, representando 77,04% em setembro. Em números absolutos, a produção do pré-sal alcançou 3,594 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), um aumento de 9,54%.
A Opep, fundada em 1960, é composta por 13 grandes países produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Já a Opep+, que inclui países aliados como Azerbaijão, Bahrein, Malásia, México e Rússia, realiza encontros periódicos para avaliar a oferta global de petróleo e adotar medidas que influenciam os preços do barril.
A possível entrada do Brasil na Opep+ levanta questionamentos sobre a transição energética do país. Para Pedro Luiz Cortes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE-USP), aceitar esse convite seria um contrassenso para um país que está investindo em energia eólica, solar e hidrogênio verde. Ele defende que a Opep interpreta a transição energética como o prolongamento indefinido da substituição dos combustíveis fósseis pelas fontes renováveis.
Em suma, a possível entrada do Brasil na Opep+ em 2024 tem gerado discussões sobre os impactos dessa adesão no país. Enquanto o ministro de Minas e Energia destaca a importância da participação do Brasil, ressaltando que não afetará os preços dos combustíveis, especialistas apontam que essa decisão pode ir contra a transição energética em curso. Agora, cabe aguardar as análises técnicas e as definições que serão tomadas pelo país em relação à organização.