Airbus reforça meta de entregas e aposta em retomada
02/12/2023Airbus reforça meta de entregas e aposta em retomada
Apesar dos desafios enfrentados pela indústria, a fabricante de aeronaves Airbus está confiante em cumprir sua meta de entregar 720 aviões até o final de 2023. O CEO da Airbus para a América Latina, Arturo Barreira, reforçou a previsão e falou sobre as perspectivas para o setor pós-pandemia, o potencial do mercado latino-americano e os investimentos em sustentabilidade.
Até o final de outubro deste ano, a Airbus já havia entregado 560 aeronaves para 81 clientes. Para atingir a meta, a empresa precisa destinar aproximadamente 160 aviões às companhias aéreas nos últimos dois meses de 2023. Barreira afirmou que será um período agitado, mas acredita que a empresa é capaz de atingir o objetivo, pois já o fez antes.
No entanto, mesmo cumprindo a meta, o número de entregas ainda estará abaixo dos níveis pré-pandemia, com uma média mensal de 60 aviões. Em 2019, foram entregues 863 aeronaves, o que representa quase 72 aviões por mês. Ainda assim, Barreira enxerga uma tendência de crescimento, com o setor recuperando-se dos problemas na cadeia produtiva e da desaceleração da indústria.
A renovação da frota por parte das companhias aéreas em busca de maior eficiência é um dos fatores que impulsionam o otimismo da Airbus. Além disso, a fabricante destaca que aviões mais novos contribuem para a redução das emissões, alinhando-se com a agenda sustentável do setor. A expectativa é que a Airbus alcance a marca de 75 aviões entregues por mês até 2026, superando os números registrados antes da pandemia.
A América Latina é vista como um mercado importante para a Airbus, principalmente o Brasil, devido ao seu tamanho e força econômica. A empresa prevê que a frota em serviço na região praticamente dobre em 20 anos, passando de 1.140 para 2.630 aeronaves. O tráfego de passageiros também deve dobrar nesse período, impulsionado pelo crescimento da classe média.
Ainda sobre a sustentabilidade, a Airbus espera que o Brasil e os demais países da região desempenhem um papel importante na descarbonização da aviação. A empresa fechou um acordo com o Grupo Latam para financiar um estudo sobre o assunto, liderado pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT). O estudo deve apresentar recomendações viáveis para a redução das emissões e explorar diferentes caminhos, como o uso de biocombustíveis e hidrogênio de baixo carbono.
Apesar dos avanços e do otimismo, ainda há desafios a serem superados. O uso de biocombustíveis no setor de aviação ainda é muito baixo, representando menos de 1% do combustível utilizado mundialmente. Além disso, é necessário desenvolver a tecnologia para que as aeronaves possam voar apenas com biocombustíveis. A Airbus também aposta na substituição de equipamentos mais antigos para aumentar a eficiência e reduzir as emissões.
Em resumo, a Airbus está confiante em cumprir sua meta de entregas até 2023 e aposta na retomada do setor após a pandemia. A renovação da frota e a preocupação com a sustentabilidade são fatores que impulsionam o crescimento da empresa. O mercado brasileiro é considerado um dos mais importantes para a Airbus na América Latina, e a empresa espera que a região contribua para a descarbonização da aviação. No entanto, ainda há desafios a serem superados, como o baixo uso de biocombustíveis e a necessidade de desenvolver tecnologias mais sustentáveis.