Acordo da Petrobras (PETR4) com Mubadala pode ser ponte para negociação de refinaria, dizem fontes
04/09/2023Acordo da Petrobras (PETR4) com Mubadala pode ser ponte para negociação de refinaria, dizem fontes
A Petrobras está considerando meios possíveis de recomprar a Refinaria de Mataripe, na Bahia, e um acordo anunciado com o grupo Mubadala Capital pode ser um passo para futuras transações, segundo fontes não identificadas pela Reuters. No entanto, qualquer movimento futuro dependerá do progresso das negociações da Petrobras com o órgão antitruste Cade, com quem a empresa havia se comprometido a vender suas refinarias fora dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
A estatal anunciou a assinatura de um memorando de entendimento com o Mubadala para desenvolver negócios futuros na área de biocombustíveis, citando que o grupo dos Emirados Árabes desenvolve um projeto de biorrefinaria junto à Mataripe, num investimento de R$ 12 bilhões. Apesar do acordo não envolver diretamente a recompra da refinaria, as fontes acreditam que possa ser um caminho para abrir essa possibilidade.
A recompra da Refinaria de Mataripe tem sido estudada desde o início da nova gestão da Petrobras, com a eleição do governo Lula. No entanto, o acordo com o Cade ainda está em vigor, o que impede qualquer ação imediata. A unidade é responsável por cerca de 14% da capacidade de refino de petróleo do Brasil e foi vendida no final de 2021 durante o governo Bolsonaro.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que apoia a recompra da refinaria, que atualmente é operada pela Acelen, empresa do grupo Mubadala. Porém, a Petrobras possui a capacidade de competir na Bahia e em Sergipe com preços menores do que os praticados por Mataripe, o que pode dificultar a situação do grupo Mubadala.
As fontes afirmam que a tendência natural desse negócio é caminhar, mas que é necessário respeitar a governança e as regras estabelecidas. No entanto, uma solução junto ao Cade pode demorar até 2024. A Petrobras espera avançar mais rapidamente em um acordo semelhante envolvendo a venda de ativos de distribuição e transporte de gás natural pela empresa.
A Petrobras já realizou a venda de redes de transporte de gás natural, assim como a participação da Gaspetro em diversas distribuidoras de gás. No entanto, a empresa busca evitar a venda de sua fatia no TBG, que traz gás natural da Bolívia.
Análise para o mercado financeiro
O possível acordo entre a Petrobras e o Mubadala para desenvolver negócios no setor de biocombustíveis pode trazer impactos significativos para o mercado financeiro e para os investidores individuais no Brasil.
A recompra da Refinaria de Mataripe pela Petrobras fortaleceria sua posição no setor de refino de petróleo, possibilitando um maior controle sobre a produção e preços dos derivados de petróleo. Isso poderia ter um impacto positivo sobre as ações da Petrobras (PETR4), sobretudo no curto prazo, já que a empresa poderia aumentar sua lucratividade e reduzir sua dependência das importações de derivados de petróleo.
No entanto, é importante destacar que o acordo ainda depende do avanço das negociações com o Cade, o que pode levar algum tempo. Além disso, o mercado de refino no Brasil enfrenta desafios, como a competição com empresas estrangeiras e a transição para energias renováveis. Portanto, os investidores devem acompanhar de perto esses desdobramentos e considerar os riscos envolvidos antes de tomar qualquer decisão de investimento.
Conclusão
O acordo entre a Petrobras e o Mubadala pode abrir caminho para a possível recompra da Refinaria de Mataripe. Essa transação teria um impacto significativo no setor de refino de petróleo no Brasil e poderia trazer benefícios para a Petrobras e seus acionistas.
No entanto, é importante lembrar que o acordo ainda está em fase de negociação e depende do avanço das negociações com o Cade. Os investidores devem acompanhar de perto os desdobramentos desse processo e considerar os riscos envolvidos antes de tomar qualquer decisão de investimento.