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Ações de varejistas reagem, mas analistas ainda adotam cautela

Ações de varejistas reagem, mas analistas ainda adotam cautela

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Ações de varejistas reagem, mas analistas ainda adotam cautela

O setor de varejo surpreendeu positivamente no mês de novembro, com um aumento no valor das ações de empresas como Magazine Luiza, Casas Bahia e Americanas, mesmo diante de um desempenho abaixo das expectativas e resultados fracos no terceiro trimestre. Esse movimento chamou a atenção dos investidores e levantou a questão: seria a hora da virada para o setor?

Endividamento é o maior desafio

Apesar de um cenário macroeconômico favorável, com queda na taxa básica de juros (Selic) e perspectiva de redução dos juros nos Estados Unidos, as três gigantes do varejo enfrentam um grande desafio: o endividamento. Com o boom do e-commerce durante a pandemia da Covid-19, essas empresas investiram pesadamente na expansão desse modelo de negócio, tomando dívidas enquanto as taxas de juros estavam baixas. No entanto, com a retomada da economia, o cenário mudou rapidamente, resultando em um aumento significativo das taxas de juros. Além disso, a inadimplência no "cartão da loja" também impactou negativamente as finanças das varejistas.

Concorrência acirrada

Outro desafio enfrentado pelas varejistas é a crescente concorrência. Empresas como Amazon, Mercado Livre, Shopee e Ali Express têm expandido sua presença no Brasil, aproveitando sua solidez financeira e a ausência de custos relacionados ao varejo físico. Esse cenário impõe uma pressão adicional às empresas tradicionais do setor, que precisam lidar não apenas com seus próprios problemas financeiros, mas também com a concorrência acirrada.

Situação das empresas

O Grupo Casas Bahia, agora conhecido como Via, apresentou uma dívida líquida sete vezes maior que seu valor de mercado, além de acumular um prejuízo líquido de R$ 1,62 bilhão nos primeiros nove meses de 2023. Apesar de estar passando por um processo de reestruturação, esse processo é lento e custoso, com a empresa enfrentando cortes de funcionários e perdas em processos trabalhistas.

A Americanas, em recuperação judicial, também se beneficiou com a retomada da Bolsa, mas os analistas não veem um retorno ao lucro no curto prazo. Com uma dívida de R$ 42,5 bilhões, a empresa atualmente vale apenas R$ 839 milhões. A conversão de parte da dívida em ações, prevista no plano de recuperação judicial, pode diluir ainda mais o valor das ações e impactar negativamente os acionistas.

Por outro lado, a Magazine Luiza apresenta uma situação financeira melhor, o que contribuiu para um aumento de 52% no valor de suas ações em novembro. Apesar disso, a empresa ainda enfrenta desafios, como a queda nas vendas em lojas físicas e a falha contábil, que causou uma diminuição no valor do seu patrimônio líquido. Os analistas recomendam cautela ao investidor, ficando de fora dessas três empresas.

Recomendações aos investidores

Diante desse cenário, os analistas recomendam que os investidores adotem uma postura cautelosa em relação ao setor de varejo. Enquanto empresas como Magazine Luiza, Casas Bahia e Americanas enfrentam desafios e incertezas, outros setores da Bolsa de Valores apresentam oportunidades mais atrativas, como os setores financeiro, elétrico e de commodities. É aconselhável buscar empresas que apresentem lucratividade e boa geração de caixa, para garantir melhores retornos e reduzir os riscos dos investimentos.

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