Problemas nas rodovias brasileiras geram altos custos operacionais

Uma análise realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) revela que os problemas nas rodovias brasileiras estão aumentando os custos operacionais do transporte em 32,7%. Essas dificuldades estão relacionadas principalmente à deficiência na sinalização, na pavimentação e no traçado das estradas.

De acordo com a pesquisa, as consequências dessas deficiências são sentidas tanto diretamente como indiretamente pela economia do país. Isso ocorre porque cerca de 65% das cargas brasileiras são movimentadas pelas rodovias, assim como 95% dos passageiros circulam por esse meio de transporte.

A estimativa da CNT é que, somente no ano passado, foram gastos aproximadamente R$ 13,4 bilhões devido a acidentes nas estradas. Esse valor é o dobro do investimento feito pelo setor público em obras de infraestrutura rodoviária.

Impactos na economia e nos investidores individuais

Essa situação embaraçosa na infraestrutura rodoviária brasileira tem impactos significativos na economia do país. A logística fica comprometida com estradas saturadas e que exigem modernização urgente.

Além disso, a má qualidade das rodovias leva a um consumo desnecessário de 1,1 bilhão de litros de óleo diesel até 2023, somente em combustível. Esse desperdício tem um custo estimado de R$ 7,49 bilhões para os transportadores.

Possibilidades de investimento

A quantia gasta com o consumo excessivo de combustível poderia ser utilizada em investimentos alternativos e sustentáveis. Segundo a CNT, esse valor seria suficiente para adquirir 6.567 caminhões movidos a biometano ou 2.498 ônibus com células de combustível que utilizam hidrogênio renovável.

O setor de transporte como grande consumidor de energia

Vale ressaltar que o setor de transporte é considerado o maior consumidor de energia do Brasil, sendo responsável por mais de um terço (35%) do consumo total, de acordo com dados do Balanço Energético Nacional, divulgado pelo Ministério das Minas e Energia.

Negligência do governo no cuidado das rodovias sob gestão pública

O levantamento da CNT indica deficiências em 77,1% das rodovias sob gestão pública. São cerca de 65,8 mil quilômetros de estradas classificadas como regulares, ruins ou péssimas.

Em contrapartida, apenas 64,1% das rodovias concedidas ao setor privado, o equivalente a 16,4 mil quilômetros, estão em condições adequadas (boas ou ótimas).

Conclusão

Diante da precariedade das rodovias brasileiras, é notável a importância de investimentos efetivos na infraestrutura de transporte do país. A melhoria nas estradas não apenas reduzirá os custos operacionais do setor como também impulsionará o desenvolvimento econômico, facilitando o escoamento de mercadorias e agilizando o transporte de passageiros.

É fundamental que o governo priorize a modernização e a manutenção das rodovias, a fim de oferecer uma infraestrutura de qualidade e segurança não apenas para os transportadores, mas também para os investidores individuais. O desafio é garantir uma logística eficiente, capaz de impulsionar o crescimento econômico do Brasil.