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A safra é desafiadora, mas preços não têm muito espaço para alta

A safra é desafiadora, mas preços não têm muito espaço para alta

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A safra deste ano será desafiadora

A safra agrícola deste ano no Brasil enfrenta desafios que afetarão o bolso do consumidor. Diferentemente de anos anteriores, as perspectivas para o país não são favoráveis, ao contrário de outros grandes produtores.

Impactos no mercado financeiro

Os preços dos alimentos serão impactados pela produtividade nos principais produtores mundiais, pela economia mundial, pelas taxas de juros, pelo dólar e, principalmente, pelo apetite chinês. A China tem sido uma grande compradora de proteínas, milho, trigo e até mesmo arroz nos últimos anos.

Porém, essa demanda chinesa não significa garantia de aumento nos preços, uma vez que eles trabalham com os estoques que possuem.

Incertezas na produção brasileira

Internamente, as incertezas estão justamente nos dois produtos que movimentam a economia do brasileiro: soja e milho. A produção brasileira de soja, carro-chefe do país, já prevê uma quebra de produtividade de 20%. Por outro lado, a produção de milho compensa as quedas ocorridas em anos anteriores.

Uma redução na safra brasileira de soja pode fazer com que a produção mundial não atinja os 400 milhões de toneladas previstos. Já a produção de milho no Brasil perde a liderança mundial que conquistou no ano passado.

Preços mundiais e perspectivas

Os preços médios mundiais da soja, que estão em queda de 11% nos últimos 12 meses, provavelmente não sofrerão grandes abalos, a menos que o clima volte a castigar as lavouras da Argentina e dificulte o plantio dos próximos meses.

Quanto ao milho, o atraso no plantio da soja e a necessidade de replantio em algumas regiões afetam a cultura do cereal no Brasil. No entanto, a safra menor no país não compromete a oferta mundial, uma vez que os Estados Unidos e a Argentina voltam a exportar mais neste ano.

Impacto nos preços dos alimentos

O consumidor brasileiro pagou caro pelo arroz no último ano, devido à redução da oferta. O preço médio em 2022 foi de R$ 75,6 por saca, mas chegou a alcançar R$ 127 no final do ano. Por outro lado, o preço do feijão recuou 17%, segundo a Fipe.

No caso do trigo, a safra brasileira não se confirmou e ficou em 8,1 milhões de toneladas. Além da quebra, boa parte do cereal foi afetada pelo excesso de chuva e perdeu qualidade.

Perspectivas para o mercado de proteínas

No mercado de carnes, os preços médios no Brasil apresentaram queda no último ano em relação a 2022. No mercado externo, a tonelada de carne bovina "in natura" teve uma queda de 20% de janeiro a novembro, enquanto a carne suína subiu 4% e a de frango recuou 6%.

A oferta maior de carne bovina no mercado brasileiro ocorreu devido ao aumento no abate de vacas, algo que também deverá ocorrer nos Estados Unidos este ano.

Em resumo, a safra deste ano no Brasil apresenta desafios, porém, os preços dos alimentos não têm muito espaço para alta. A oferta mundial compensa as quedas na produção brasileira, o que limita os impactos nos preços para o consumidor final.

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