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A mulher que deixa a floresta em pé quer colocar biomas em toda emissão corporativa

A mulher que deixa a floresta em pé quer colocar biomas em toda emissão corporativa

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A revolucionária iniciativa de Maria Tereza Umbelino: UCS - Unidades de Crédito de Sustentabilidade

Maria Tereza Umbelino, presidente da "greentech" BMV, demonstrou sua ousadia e criatividade ao se apresentar em um evento com mais de 30 mil pessoas. Ao perceber que teria que competir pela atenção do público com celulares e outras distrações digitais, ela chamou a atenção ao afirmar que estava ali para ensinar como deixar o "pau de pé". Essa abordagem descontraída cativou a plateia e permitiu que Umbelino explicasse o conceito inovador das UCS (Unidades de Crédito de Sustentabilidade), que são tokens digitais que remuneram os agricultores pela preservação florestal.

A transformação da preservação florestal em um ativo financeiro

Umbelino começou a desenvolver o conceito das UCS a partir de um problema pessoal em sua casa. Na época, seu pai, produtor rural em Goiás e Mato Grosso, poderia ser autuado por não ter desmatado a quantidade mínima exigida pela lei. Indignada com a falta de remuneração para os produtores que preservavam a floresta, Umbelino decidiu inverter a lógica e transformar a preservação em um ganho financeiro.

Com o apoio de produtores rurais, ela conseguiu criar uma atividade reconhecida por lei, a agricultura de conservação da natureza. Em seguida, foi necessário medir e quantificar os ativos produzidos pela floresta em pé. Foram identificados 27 serviços prestados pela mata, como formação de solo, armazenamento de carbono e regulação do clima. Essa medição tornou possível a criação das UCS, que são produzidas por uma blockchain, garantindo sua inviolabilidade.

Os desafios e avanços da BMV

No início, a BMV enfrentou dificuldades financeiras para pagar os especialistas que desenvolviam os padrões da UCS. No entanto, por meio de parcerias com universidades, consultorias e outras entidades, foi possível viabilizar o projeto. Atualmente, 60% dos recursos negociados pelas UCS são destinados aos produtores rurais, 30% ficam com a BMV e 10% remuneram os investidores financeiros. A empresa já fatura R$ 30 milhões anuais e atingiu o ponto de equilíbrio.

Um dos principais desafios atuais da BMV é expandir o uso das UCS em todo o mercado financeiro. A ideia é incorporar a compensação ambiental em todos os produtos financeiros, tornando a preservação florestal um componente essencial nas emissões corporativas. Além disso, a regulação fundiária é outro obstáculo a ser superado, já que apenas 10% das florestas brasileiras são elegíveis para gerar UCS.

O impacto no mercado financeiro e para os investidores individuais no Brasil

A iniciativa de Maria Tereza Umbelino e da BMV tem um impacto significativo no mercado financeiro. As UCS oferecem às empresas a possibilidade de compensar seu impacto ambiental e promover a preservação florestal, o que pode atrair investidores preocupados com a sustentabilidade. Empresas de logística, por exemplo, podem se beneficiar da compensação ambiental como um serviço adicional em seus fretes, aumentando sua margem de lucro.

Para os investidores individuais no Brasil, as UCS representam uma oportunidade de investimento sustentável e inovadora. Através da compra dessas unidades de crédito, é possível apoiar a preservação florestal e contribuir para ações de sustentabilidade. Além disso, empresas que emitem UCS, como a Starbucks, podem oferecer produtos com equivalência de impacto ambiental, proporcionando aos consumidores uma escolha mais consciente.

Perspectivas futuras e o desafio de incluir todos os biomas na emissão corporativa

A BMV tem planos ambiciosos para o futuro, como a utilização de inteligência artificial e um painel de controle que facilite os cálculos dos serviços florestais. Além disso, o objetivo é expandir o uso das UCS para englobar todos os biomas e não se limitar apenas ao agronegócio. Porém, para alcançar essa meta, será necessário enfrentar desafios regulatórios, especialmente em relação a parques nacionais e terras indígenas, que ainda não estão incluídos no programa.

Maria Tereza Umbelino e a BMV estão trilhando um caminho revolucionário ao transformar a preservação florestal em um ativo financeiro por meio das UCS. Essa iniciativa inovadora traz benefícios tanto para o mercado financeiro quanto para os investidores individuais no Brasil, possibilitando a promoção da sustentabilidade e contribuindo para a proteção do meio ambiente.

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