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A mulher que deixa a floresta em pé quer colocar biomas em toda emissã

A mulher que deixa a floresta em pé quer colocar biomas em toda emissã

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A mulher que deixa a floresta em pé quer colocar biomas em toda emissão

A presidente da "greentech" BMV, Maria Tereza Umbelino, tem como objetivo principal promover a preservação das florestas por meio da criação das UCS (Unidades de Crédito de Sustentabilidade). Essas unidades são "tokens" que pagam aos agricultores para que as florestas sejam mantidas em pé. Inicialmente, as UCS eram utilizadas apenas no agronegócio, mas agora Umbelino pretende inseri-las em qualquer produto financeiro.

As UCS são tokens que representam ativos reais, utilizando a tecnologia de "blockchain". Umbelino, economista de formação, teve a ideia de criar as UCS a partir da busca por uma solução para um problema em sua casa. Seu pai, produtor rural em Goiás e Mato Grosso, poderia ser autuado por ter desmatado menos do que a lei determinava. Ao procurar o Ministério do Meio Ambiente, ela descobriu que os produtores não seriam remunerados pela mata preservada.

Assim, Umbelino começou a trilhar o caminho para transformar a preservação da floresta em ganho. Ela reuniu produtores em uma audiência pública e conseguiu criar uma atividade reconhecida por lei, de agricultura de conservação da natureza. No entanto, ainda era preciso medir e quantificar os serviços prestados pela floresta em pé. Para isso, Umbelino contou com a ajuda de especialistas, que identificaram 27 serviços, como formação de solo, armazenamento de carbono e regulação do clima.

Inicialmente, a medição era feita por QR Code, mas com o avanço da tecnologia, Umbelino passou a utilizar a blockchain para garantir a inviolabilidade dos dados. Atualmente, a BMV já tem 516 clientes ativos e quase 300 produtores rurais cadastrados no sistema. A cotação de cada UCS gira em torno de R$ 140 e oscila conforme o custo de oportunidade, levando em consideração culturas de grãos e o preço da madeira no mercado internacional.

As UCS têm atraído investidores, como a Starbucks, que emitiu uma Nota Comercial Privada Verde de R$ 20 milhões financiada pelo BV e estruturada pela BMV. O investimento é diluído em cada produto vendido, permitindo à empresa oferecer ao cliente um produto com equivalência de impacto ambiental. Além disso, empresas de logística têm utilizado as UCS como um serviço adicional, aumentando a margem de lucro em até 30%.

Mesmo com o sucesso da BMV, a empresa enfrenta desafios para expandir o uso das UCS em todo e qualquer produto financeiro. Além disso, apenas 10% das florestas brasileiras são elegíveis para gerar esse tipo de produto, sendo necessário enfrentar obstáculos para incluir parques nacionais e terras indígenas nesse grupo.

O trabalho de Umbelino e da BMV é considerado uma iniciativa inovadora no campo da sustentabilidade. Eles procuram incorporar os valores e serviços prestados pelo meio ambiente ao ciclo econômico, destacando a importância do Brasil como protagonista em soluções ESG (ambientais, sociais e de governança).

Fonte: Estadão Conteúdo

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