A difícil situação de aposentados do setor petrolífero na Venezuela

A situação dos aposentados da Petróleos de Venezuela (PDVSA) está cada vez mais difícil. Marlon Bermúdez, um ex-trabalhador da maior refinaria da Venezuela, está enfrentando dificuldades financeiras e precisará vender sua casa para sobreviver. Ele se juntou a outros trabalhadores petrolíferos aposentados em uma greve de fome para exigir suas economias que foram destinadas ao fundo de poupança ao longo de décadas.

Bermúdez e seus companheiros estão reivindicando os dividendos do fundo de aposentadoria, no qual 3% de suas rendas mensais foram destinados para garantir uma "velhice digna". No entanto, mais de 37 mil aposentados da PDVSA estão enfrentando limitações devido ao colapso dessa empresa estatal e casos de corrupção associados a ela.

Antigamente, os petroleiros ganhavam altos salários, tinham seguro de saúde ilimitado, além de aposentadorias douradas. No entanto, a realidade atual é completamente oposta. Cada aposentado deveria receber cerca de 660 dólares por mês de juros do fundo de aposentadoria, mas estão recebendo apenas 180 dólares.

A situação da indústria venezuelana também contribui para esse cenário. A produção petrolífera, que já chegou a três milhões de barris por dia há 10 anos, atualmente está em torno de 700.000 barris. Isso impacta diretamente na oferta de recursos financeiros para os aposentados.

Marlon Bermúdez se sente frustrado com a situação e questiona as alegações da PDVSA de que não há dinheiro para pagar os rendimentos do fundo de pensões. Ele menciona que pessoas foram presas devido ao roubo de dinheiro, e é difícil acreditar que a empresa não tenha recursos quando isso aconteceu.

A corrupção também afetou o fundo de pensões desses aposentados. Em 2014, o fundo foi saqueado e roubado, prejudicando ainda mais a situação financeira dos aposentados.

Diante dessa situação, os aposentados da PDVSA estão realizando greves de fome e protestos para exigir que o governo lhes devolva o que é de direito. Eles afirmam que não são traidores do país, nem terroristas, mas sim um grupo de aposentados que querem receber o que foi retirado deles.

Essa difícil situação dos aposentados do setor petrolífero na Venezuela reflete não só o contexto econômico do país, mas também a necessidade de os governos fornecerem segurança e garantias para uma velhice digna e tranquila para seus trabalhadores. É importante que medidas sejam tomadas para solucionar essas questões e garantir direitos básicos aos aposentados.